The_Door_Hell

Monday, June 28, 2004

Licantropia

A crença de que alguem se transformava num animal, especialmente
lobisomens. Na Europa durante a Idade Média, a licantropia era atribuida
a bruxaria ou magia. Uma teoria moderna afirma que a comida dos pobres
dessa época era contaminada por fungos que causavam alucinações. Uma das
criaturas sobrenaturais que habita o subconsciente do ser humano há mais
tempo, com certeza é o lupino. Estes seres mitológicos que são
encontrados principalmente no folclore Sul-Americano e popularmente
conhecidos como lobisomens, foram originados, conforme a lenda, da
"mistura" de um homem com um lobo selvagem. Eles que, aparentemente, só
aparecem em noites de lua cheia, estão muito mais presentes no nosso
meio do que jamais poderíamos imaginar...

ORIGEM

Assim como o vampiro, e ao contrário do monstro de Frankenstein,o
lobisomem era uma figura antiga encontrada no folclore mundial.O relato
mais antigo de um homem tendo se transformado num lobo,veio da da
mitologia da Grécia antiga. Lycaon (daí a palavra licantropia)
desagradou a Zeus e a divindade o transformou num lobo (Semelhante à
história de Caim). Entretanto, vários autores antigos, tais como Galeno
e Virgílio,forneceram as primeiras descrições de licantropia.Rejeitaram
a mitologia e acreditavam que a transformação em animaisera o resultado
de uma doença provocada pela melancolia ou pelas drogas.

Da mesma forma, o "lobisomismo" havia sido relatado em todo mundo,embora
os animais nos quais os humanos se transformavam eram vem
variados,incluindo leões, tigres, tubarões (!?) e crocodilos - todos
esses,animais grandes e conhecidos pela sua ferocidade. Relatórios
contemporâneos de licantropia também provêm do mundo inteiro,tanto de
áreas rurais como do moderno Ocidente.

Lobisomens e vampiros têm sido relatados como existindo lado a ladonas
mitologias de muitas culturas, porém têm um relacionamento especialcom a
área dos Bálcãs do sul (Romênia, Sérvia, Croácia, Grécia, etc.)de onde
provém muito da mitologia vampírica.Esse relacionamento estava
particularmente evidente no uso do termovrykolakas (termo usado em
muitas línguas eslavaspara descrever vampiros nos recentes séculos na
Grécia). Em relatos de vrykolakas no sul dos países balcânicoshavia uma
certa confusão sobre o significado da palavra.No início do século 20, o
pesquisador pioneiro Freidrich Krauss,trabalhando na Bósnia, concluiu
que o vrykolakas (vukidlak, na Bósnia)era um lobisomem (isto é, um homem
ou uma mulher que se transformavanum lobo e atacava o gado).

Pesquisadores mais recentes como Harry Senn e Jan L. Perkowski,têm
argumentado que a palavra vrykilakas derivava de uma antigapalavra
eslava relativa ao ritual de se usar peles de lobo entre as tribos
eslavas durante o primeiro milênio da era cristã.E, anteriormente,
Mircea Eliade tinha observado que os dacianos,os povos que habitavam a
região hoje conhecida como Romênia,e cujo nome significa "lobo",
transformavam ritualmente seus jovens guerreiros vestindo-os com pele de
lobo e fazendo a mímica adequada.O historiador Heródoto descreveu esse
comportamento entre os primitivos povos do Bálcãs do sul. Na época, o
lobo era admirado como um animal guerreiro.Senn observou que, durante os
primeiros séculos do segundo milênio,o papel do lobo mudava de um de
admiração para outro de medo.O lobo tornou-se uma ameaça à comunidade
porque atacava as pessoas e o gado.

No decorrer dos primeiros séculos do segundo milênio,o uso do termo
vrykolakas perdeu seu significado ritual (como a imagem do lobo mudou e
o próprio ritual desapereceu). De acordo com Senn, o ponto de referência
dos vrykolakas foi transferido para o vampiro. Nos Bálcãs do sul, ele
substituiu o velho termo pelo vampiro.

A crença nos lobisomens, aparentemente, teve seu auge na Europa durante
a Idade Média. Embora muitos se recusassem a acreditar que os lobisomens
existiam, muitos acreditavam que a licantropia era causada pelo diabo.
Os primeiros caçadores de bruxas, James Sprenger e Heinrich Kramer,
autores em 1486 do livro The Witches Hammer, que iniciaria a grande
caçada nos dois séculos seguintes, declararam que a transformação do
homem num lobo era impossível. Acreditavam que as bruxas e feiticeiras
poderiam fazer com que a pessoa acreditasse que tinha se transformado
num lobo. Mas, ainda assim, houveram vários julgamentos de pessoas
acusadas de "lobisomismo".

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